domingo, 21 de junho de 2009

Simplesmente Athlete

Simples. Se eu tivesse que descrever o show em uma palavra, seria essa.

Portões (que na verdade eram uma porta de auditório) com abertura marcada para as 19h. É show do Athlete! Quem diria, Athlete! Jamais imaginei ter a oportunidade de assistir a um concerto da banda.

Quatro da tarde e sento em um tradicional pub galês pra aquecer. Pint de Greene King por £ 1,30, é o paraíso! Bebo, bebo e bebo. Pilhas à mil. Quinze pras sete e ainda estou sentado na mesa do bar. Droga! Queria conseguir um lugar bom, melhor ir logo.
Com “Cardiff University” escrito no ingresso, tudo levava a pensar em um grande espetáculo (apesar dos míseros £ 15,00 de entrada). Já estava arrependido por ter demorado tanto tempo bebendo cerveja. Mas não é que chego lá e o movimento é zero? Ninguém por perto, nenhuma fila.

Assustado, pergunto ao único grupo de pessoas por perto: Vocês sabem aonde é o show do Athlete? Claro! - dizem eles. “Estamos indo pra lá, é só nos seguir.” Assim foi feito. Após escadas e escadas, estamos no local. A simplicidade do que vi foi de apavorar. Parecia (e sem mentira isso), churrasco do DCE. Sou o primeiro da fila. Isso é, se houvesse uma fila. E olha que já eram quase sete e meia!

Meia dúzia de outros fãs chegam ao local, e em seguida o segurança (estudante) libera a entrada. Entro e não creio no que vejo. Um barzinho, com algumas mesas metálicas e um palco pouco maior que o do NY. No canto, uma lojinha vendendo material da banda. A iluminação praticamente não existia e a decoração era totalmente nula. Os demais fãs (se é que eram tão fãs) sentaram-se nas mesas e por lá ficaram. Eu fiz diferente.

Não poderia perder a chance de ficar tão perto da banda. Grudei no palco e lá fiquei. Cerveja e cerveja, começa o primeiro show de abertura. Um rapaz (não em seus melhores momentos) entra e de cara pergunta o nosso nome (o Digão também foi ao show). “Tomás e Rodrigo, somos do Brasil.” Sem mais nem menos o tal “Ian” nos dedica uma música. Mais que isso, ao seu fim fala com as exatas palavras “I was sharing some beers with these great guys, my best friends, from Brazil.” Foi demais! Mas o importante é o Athlete. Por isso sequer vou citar a segunda banda de abertura (e de fato não merece ser citada).

Mais de nove horas e nada. De repente entra o Roaddie, dá aquela última afinada na guitarra e sai. Entra a banda. Todos de preto, com calças, sapatos e camisas simples. Qualquer espécie de produção parece ter sido dispensada. Simples assim.
A primeira música foi inédita, do novo cd. Não conhecia, então fiquei meio quieto. Com a mesma calma que entraram em palco, começaram a tocar a segunda música do set list. You got the style, simplesmente demais. O refrão da música parecia descrever exatamente o que estava acontecendo com o ambiente do local:

“Oh, it’s getting hot in here, must be something in the atmosphere.”

E era. Não demorou muito mais até o “público” se soltar (não se pode chamar de público menos de duzentas pessoas, pode?). Enfim, acaba a segunda música e lá vem ela, a mais esperada. Com cacife pra ser o “gran finale”, Half-Light veio já como terceira da lista.

E a simplicidade a que me referia pode ser observada nessa música. O riff é muito, mas muito simples. É, também, extremamente pegajoso e contagiante. Quem conhece sabe. Aí não deu outra, foi tudo pro espaço. Todo mundo pulando, gritando e cantando. Mas o Joel (vocalista) parecia querer ainda mais, por isso dizia:

“Tell the sun to start moving again!”

Sensacional. Essa é a hora do texto em que eu não consigo nem a pau descrever o sentimento do momento. Não dá. De repente no vídeo dê pra ver algo!
Uma paradinha na análise das músicas pra tentar mostrar o quão “particular” foi o show. No final de uma das músicas, o Joel viu que eu estava filmando e fez um final de positivo ao encerrar sua participação na guitarra. Óbvio que eu, mongolão que sou, me emocionei e baixei a câmera bem na hora.

Seguindo, depois de algumas outras ótimas músicas, chegou aquela que me surprendeu: Hurricane. É a melhor música do terceiro disco e já parecia ser algo bem legal de se ouvir ao vivo. Mentira, é ainda melhor que isso. Parece ter encaixando exatamente com o que sentia no momento. Embalei de tal forma que não queria que acabasse nunca.

"This is something we gotta get used to."
"This is something we gotta get used to."
"This is something we gotta get used to."


Mas depois de três minutos e treze segundos acabou. Mas não deu tempo de lamentar. E aqui mais uma mostra da simplicidade da banda. Na hora do tradicional break, ao invés de ir até o camarim (duvido que houvesse algum) e dar aquele tempinho pro público esquentar pras últimas músicas, eles foram bem diretos. “Vamos simplificar isso. Vocês gritam um pouquinho e batem umas palmas e nós nem saímos daqui.” E assim foi.

E finalmente, Wires. O hit da banda, se é que Athlete tem algum hit. Mas se o tivesse, sem dúvida esse o seria. Numa mescla de empolgação pelo que ouvia e tristeza pelo que viria, preferi abrir mão de qualquer pensamento e só me deixei levar pelo som.

E como o próprio refrão anunciava, assim acabou o show. Com a banda literalmente “running down corridors”. Não esperaram por nada, simplesmente saíram do recinto pelo meio do público, aplaudidos de todas as formas.

Simples como chegaram, saíram. E não ficaram devendo nada.

Alguns vídeos.

You got the style



Hurricane



Wires



ps.: não ia ao show pra não cantar! perdoem minha performance, hehe.

2 comentários:

  1. Que massa cara! Muito afudê!

    P.S: IOUAHEOIUAHEOIUHAOEIUHAOIUEHAUOIEHUOISAHOIUEHOIUASHEOIUASHEUIHASIOE

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  2. QUE MASSA! A inveja boa persiste, que bom que estás aproveitando ;D
    E a tua performance só reforça o quanto foi bom o show.
    Beijoooos

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