quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Obrigado Londres!

Em Londres vivi uma fase muito especial da minha vida. Saí de perto de família e amigos e vim para uma aventura nova e única. Coisa pra se fazer só uma vez na vida mesmo.

Sei que muitas vezes pareci melancólico e triste. Imagino também que muitos devam ter pensado que não passava de um mal-agradecido. Sei que houve inveja, que houve discordância. Também houve crítica e indecência, e pra isso nem precisei da Internet.

Por outro lado, e é o que sinceramente guardo, pude contar com força, ajuda e estímulo. Meu pai, minha mãe e meu irmão. Meus amigos e minhas amigas, com quem enfim agora posso uma vez mais conversar.

Aprendi muito, muito... muito mesmo! Alcancei um nível de inglês com o qual me declaro satisfeito. Pratiquei meu espanhol, pois todas as vezes que saí de casa havia alguém pra conversar. Arrisco até um francês! Mas o aprendizado não se resume apenas ao campo intelectual, agora também sou um cozinheiro melhor! Haha!

Óbvio que fora isso, como pessoa, também melhorei muito. Percebi que em muitos momentos as coisas, para mim, giravam apenas ao meu redor. Quantas vezes o Fusk, o Kirst ou o Costa me perguntaram como “estavam as coisas” e eu simplesmente falava, falava e nada perguntava. Falha minha, falha grave. Não me tornei nenhum terapeuta, mas estou melhorando.

A distância me possibilitou deixar a vergonha de lado, também. Dizer para meu pai, minha mãe e meu irmão o quanto os amo. Aonde já se viu um filho ter receio de falar isso, quando não existe amor maior?

Amigos? Sim, claro que fiz amigos. Conheci muito mais gente do que fiz amigos. Mas sim, fiz alguns. O Daniel, o Vítor, o Dewight. Pessoas que mesmo no curto tempo em que nos conhecemos, foram de grande ajuda. Seja pra um papo mais sério ou pra tradicional noite de pub.

Conheci pessoas.

Vi inúmeros shows. Metallica, Eric Clapton, Athlete, The Killers, Keane... Vi Oasis e Stereophonics. Top 1 e 2, respectivamente. Não vi Travis, o top 3. Mas ainda vejo, ainda vejo.

Fui a Manchester, Cardiff, Glasgow, Paris, Roma, Amsterdam... Fui a Liverpool. Conheci a casa do George.

Provei toda e qualquer cerveja que poderia querer. Fosters, Peroni, John Smith, Bud Checa... Tomei Heineken na Holanda e Guinness na Irlanda.

Conheci novas bandas. Glasvegas, Enemy, View, Last Shadow Puppets, MGMT... Redescobri outras como Oasis, Beatles e Phonics.

Comprei roupas, comprei discos, comprei tênis... Comprei presentes.

Volto pra casa diferente, mas igual. Diferente de quem saí daí, mas muito mais parecido com quem era há uns dois anos. Com alguns ajustes, prováveis novas falhas, mas mais justo e fiel comigo mesmo.

Londres acabou, mas uma nova fase começa. E não resta a mínima dúvida de que os ventos estão ao meu favor.

Termino esse longo post roubando o slogan da Ikkea, empresa que atua aqui na Inglaterra e é relacionada ao transporte público:

"Travel is a mean to one place: Home."

Obrigado a vocês, obrigado a Londres.