sábado, 13 de março de 2010

See you soon, London.

Há exatamente um ano atrás, embarcava para a maior experiência da minha vida. Entrava em um avião da TAM com destino a São Paulo, da onde, diretamente da sala de embarque da AlItália, fazia uma parada em Roma e em seguida dirigia-me ao meu destino final: Londres.

A cabeça era outra e a maturidade era bem menor, mas a vontade era a mesma. A mesma da primeira vez em que fui e a mesma com que estou agora.

Londres não tem fim, ninguém se cansa daquilo lá. É como diz aquele ditado popular inglês, em tantos souvenirs estampado:

He who is tired of London, is tired of life.

É verdade, é a pura verdade.

Óbvio que no final de minha estadia dizia aos familiares e amigos frases como "não tenho mais o que fazer aqui." e "já vi tudo, já fiz tudo". Naquele instante, era realmente verdade. Visitei as cidades que queria, comprei o que desejava e assisti aos shows que sonhava assistir.

- Por que toda essa saudade, então? Não ficastes satisfeito, não cumpristes todos os teus objetivos?

- Sim, fiquei satisfeito, fiz tudo o que queria e mais um pouco.

- Então por que tanta nostalgia? Te arrependestes de voltar?

- Não, nem por um segundo. Sei qual é a minha casa e o meu lugar.

- Então o quê? O que te faltou lá, o que deixastes de fazer?

- Nada, não faltou nada. Mas queria fazer tudo de novo.

Londres realmente me apaixonou. Cultura, música, vida noturna, possibilidades, idioma, roupas, arquitetura, paisagens, estilo, pessoas, culinária, cerveja... tudo o que gosto está lá. Não tenho dúvida de que é a cidade que mais combina com o meu jeito de ser.

Passei a amar tanto a capital inglesa que, se me dessem uma passagem para qualquer canto do globo, abriria mão de conhecer países novos, para voltar para lá. Quero, sim, conhecer o mundo, mas não conseguiria evitar, sei disso.

Certamente, se pudesse escolher um lugar para ter nascido, teria sido a terra da rainha. Mas com uma condição: de que todas as pessoas que estão ao meu redor, também estivessem lá. Caso contrário, nada feito.

Cada pessoa enxerga o paraíso de uma forma. Isso significaria, em outras palavras, que cada um tem o seu paraíso, certo? Pois bem, o meu eu já sei qual é.

E tenho certeza de que, sempre que possível, estarei lá. Em minha última semana no território inglês passei a despedir-me de todas as coisas pelas quais me apaixonei.

Dei tchau para o Big Ben e sorvi meu último pint de Guinness. Despedi-me de Camden Town e por horas admirei o Hyde Park. Saboreei meu último Kebab e tristemente caminhei por Oxford Street. Pela última vez carreguei meu Oyster Card e melancolicamente peguei o 98, para Willesden Green. Assisti minha última sessão no Empire e vagarosamente fiz o trajeto até Picadilly Circus.

Em cada um destes momentos, parecia que perdia um pedaço de mim. Pensava no quão perfeito tudo havia sido e em como seria difícil ver tudo aquilo de novo. No quão sortudo fui em ter morado no lugar onde sempre quis morar, no paraíso em que sempre quis conhecer.

Agora percebo que estava errado. Não perdi nenhum pedacinho de mim em Londres. Apenas os deixei lá, com a promessa de sempre voltar para buscá-los. E, quando o fizer, outros deixarei. E assim será, até o meu último dia. Por que o que tive lá, não terei em nenhum outro lugar. E não seria louco de me privar de tanto.


See you soon, London.

7 comentários:

  1. acho que todos nós, que vivemos lá, sentimos um pouco de tudo isso!louco demais...
    muito massa!

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  2. buááááááááaááááá´´aaá

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  3. Que fofoooo! Adorei ;)
    E acho que eu me sairia bem como londrina.
    Beijooo

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  4. tchê, parabéns! e london era demais, quero mais fish 'n chips no green man! huauhahu

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  5. Tomás, você é meu "vizinho" no last.fm . Foi por ele que eu conheci se blog, e também sonho em viajar para UK um dia.
    "Someday, someday..."
    Vou frequentar isso aqui agora!
    Beijos

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  6. 500 anos depois de publicado eu leio isso.
    tu me fez quase chorar agora :T

    pra mim "we will always have Paris" deveria ser "we will always have London".

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