quinta-feira, 6 de maio de 2010

Apagando estrelas

Às 23:55 da noite de ontem deparo-me com uma dura realidade. Depois de quase duas horas regadas a Polar de litro e debates futebolísticos, acontece aquilo que todo torcedor gremista temia: cruzamos o caminho do Santos, o time sensação do futebol brasileiro.

Na mídia, não há espaço para mais ninguém. São as pedaladas de Robinho, os óculos do Neymar e as penas do Ganso. Quem bate de frente com o time de Pelé acaba, da mesma forma, virando manchete. Óbvio que de maneira secundária, pois lacunas não habitam os arredores da Vila Belmiro. Foi o Santo André que jogou de igual para igual, mas perdeu. O Luxemburgo que foi humilhado, xingado e ofendido. E, ah, perdeu.
O Santos é imbatível!

E o Grêmio? Tá aí pra quê? Para sofrer? Para vangloriar ainda mais o Peixe? Vai cumprir papel de coadjuvante, oferecendo nada além de um grande espetáculo para o público e sucumbindo ao fim? Para ser alvo de deboche das Coloridas?

Tenho minhas dúvidas.

Acesso a página gremista do globoesporte.com e observo comentários sobre o adversário, possíveis estratégias, receios e precauções. Pergunte-me o que encontro na página santista. Ganso na seleção, renovação de Robinho e o técnico Dorival Jr. desculpando-se ao Luxa. Ou seja, não estão nem aí para nós. Que assim seja.

Lédio Carmona, um dos poucos comentaristas esportivos da Rede Globo que admiro, declarou, também na noite de ontem, que não aponta favoritos para este embate. Discordo dele. O Santos é, sim, o favorito. É o time que joga bonito, com alegria e todo aquele bla bla bla à la Galvão Bueno.

E isso é bom pra gente! Nunca vencemos como favoritos. Gostamos de surpreender. No fundo, desejamos ser ignorados, menosprezados. Este é o plus fundamental para o sucesso Tricolor. Precisamos provar jogo após jogo que não estamos aí para cumprir tabela. Essa é a fórmula do Grêmio.

Se construimos uma vantagem de três gols, perderemos de dois. Se estamos em desvantagem de cinco, ganharemos de seis, no último minuto. É assim que funcionam as engrenagens do Imortal. E não reclamem, quem não aguenta, que torça para o São Paulo.

Tenho só uma coisa pra dizer quanto ao "jogo" dos garotos da Vila: foda-se!

- Eles tem o ataque mais positivo do país? Nós temos Victor. Ozéia vem jogando bem, Neuton segue surpreendendo.

- Ganso arma muito? Arma, mas a gente marca! Adilson parece um morto de fome atrás da bola, Rockembach é lutador e William Magrão, caso jogue, é perigosíssimo. Pena que para os dois lados!

- Não tem como marcar o Neymar? Beleza, que faça seus gols. Faremos os nossos, como outros times já provaram não ser tão difícil.

- A defesa deles é uma porcaria. Ótimo! Douglas, Jonas e Borges vão bailar.

- Farão retranca aqui? Hugo e Rocca de fora da área.

- Eles são os favoritos? Ótimo! É assim que a gente gosta!

Deveriamos estar confiantes, pois o cenário está exatamente como a gente gosta. Um time copeiro como o nosso contra um time de malandros, fanfarrões. Uma equipe que vem goleando, dando espetáculo, que mal sabe o que é perder. É o candidato ideal à surra que queremos dar. Daquelas que só a gente sabe.

Apagar estrelas é nosso principal ofício, e estamos aí é pra isso!

E quanto mais duvidarem da gente, melhor! Porque nós vamos pra cima, e vamos com tudo! Vamos bater, chutar e machucar. O nosso jogo é assim e todo mundo sabe.

E dá certo!

2 comentários:

  1. O maior reforço ao Grêmio nesse jogo seria a arbitragem do Leandro Vuaden.

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  2. "Vamos bater, chutar e machucar. O nosso jogo é assim e todo mundo sabe". Isso, é ser TRICOLOR! Bela definição Tomás \o

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