Jogador, líder e torcedor. Poucas vezes vemos essas qualidades reunidas no mesmo atleta. Óbvio que não poderia deixar de falar sobre a saída do Tcheco. Nunca escondi que sou fã declarado do capitão.
Perdemos um guerreiro, perdemos o nosso camisa 10.
Sei que Tcheco sempre foi um jogador polêmico. Muita gente dizia que estava velho, que amarelava, que era medíocre. Na minha opinião, são críticas injustas. Ofensas que apenas o principal jogador de uma equipe recebe. Afinal de contas, não é o lateral-esquerdo ou o segundo atacante a quem vão culpar.
Foi culpa do Tcheco quando Rafa Marques marcou contra a própria meta?
Foi culpa do Tcheco jogar contra o Riquelme?
Foi culpa do Tcheco a direção ter esperado dois meses por um treinador sem vontade?
Foi culpa do Tcheco o elenco do Grêmio ser mediano há quatro anos?
Para alguns, foi.
Na minha opinião, foi culpa do Tcheco nos dar esperança.
Alguém acreditava que o time de 2007 chegaria a final da Libertadores, com o grupo que tinha? Imagine sem o Tcheco.
Alguém imaginava que seriamos vice-campeões ano passado, com o grupo que tínhamos? Imagine sem o Tcheco.
Alguém esperava subir da segundona e já garantir Libertadores? Culpe o Tcheco.
E acredito que seja daí que surge essa dualidade entre herói e vilão que nosso eterno capitão sempre enfrentou. Ele nunca desistiu, sempre se esforçou. Não jogava a toalha, e isso contagia a torcida. No final, acabamos frustrados, porque não era para ser mesmo. E acabamos jogando nossa raiva em cima daquele que nos fez acreditar. O Tcheco.
A diretoria é incompetente, não contrata, não planeja, não organiza. Jogadores como Tcheco, Lucas, Victor, Souza, Carlos Eduardo e William tentaram. Por muito pouco não superaram as dificuldades dos campeonatos e o despreparo da cúpula de diretores gremista. Mas não conseguiram. Não há quem consiga.
E isso é injusto com todos eles. Mais ainda com Tcheco, que presenciou e vivenciou todas essas fases.
A cada gol que marcava, para cada cabeceio que alçava, um mesmo semblante. Feio, desajeitado e choroso.
A mesma cara de 45mil gremistas nas arquibancadas.
O registro de um legítimo torcedor, de alguém que realmente se importava com aquilo ali. Alguém que jogava pelo amor que tinha por três cores: azul, preto e branco.
A diferença é que ele estava em campo.
Sua frustração ficou clara na entrevista de ontem: queria títulos expressivos. Espero que, agora que se foi, as pessoas aprendam a apontar as causas pelas quais estes não vieram. Chega de culpar quem só fez ajudar. Morremos na praia porque a diretoria não nos deu condições de chegar mais além.
Obrigado por tudo, Tcheco. Vai tranqüilo, o que é teu está guardado. E o que fizestes por aqui foi inesquecível, podes ter certeza.
Tcheco, imortal tricolor.
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volta koff!
ResponderExcluirhahahaha
lindo texto tomás.muito emocionante.
ResponderExcluirEsse guri é uma mistura literária hehehehehe, david coimbra com rousseau. Bom texto, vai guardando tuas crônicas.
ResponderExcluircara que massa esse teu texto!! massa mesmo! parabens!!
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