Sempre fui um cara que gosta de prestar homenagens. Slides de fotos, textos, músicas e depoimentos. Acho importante valorizar os laços que temos. Muitas vezes o que deixo escapar no dia-a-dia, tento recuperar com ações do tipo.
É bonito, faz com que nos sintamos mais próximos, ligados. É algo que realmente gosto de fazer. Procuro a veia de poeta e a coisa vai. Geralmente fico satisfeito com o que sai, e acredito que os “homenageados” também.
Agora, se tem alguém que me deixou no chinelo, foi Joel Pott, do Athlete. Quando o novo disco da banda foi lançado, há um mês atrás, deparei-me com um nome estranho: Black Swan. Ouvi o disco e viciei totalmente.
Músicas tristes, alegres, deprimentes e empolgantes. “Superhuman touch”, “The Getaway”, “Rubiks Cube”, etc. São várias cações sensacionais. O disco é realmente excelente. Mas uma se destaca, e é justamente a faixa-título: Black Swan Song. A música em si já dispensa comentários. Melodia simples e contagiante e letra assustadoramente bonita.
Gostei tanto da música que resolvi pesquisar com afinco a sua explicação. Pois bem, não deveria ter feito. O motivo? Viciei de tal forma que agora não sei se consigo parar. É, sem dúvida, a homenagem mais bonita que já vi.
Logo abaixo do vídeo (que vem abaixo), está a tradução da letra. Quem se interessar, pode ouvir lendo. Verá do que estou falando.
Canção do cisne negro (Black Swan Song)
Eu caminhei pelos campos mais sombrios que você poderia imaginar.
Seu belo rosto confrontou o cano da minha arma.
E eu sei que você será o primeiro a me receber,
Quando eu subir à eternidade.
Oh oh
A floresta sempre nos manteve aquecidos.
Mas ela não parece mais com o nosso lar.
E eu sei que há montanhas mais altas aonde você está.
E um clima melhor para o meu coração.
Oh oh
Eu venho acelerando o relógio.
E fiquei sem estima.
Estou pronto para minha última sinfonia.
Oh, meu corpo está fraco,
Mas minha alma segue forte.
Estou pronto para descansar sem seus braços
E a chuva bate nos telhados,
Mas não há som.
Não há som.
E os meus amigos e familiares me levaram para casa.
Levaram-me para casa.
Como podem perceber essa não é a versão de estúdio, muito menos o clipe original (que vale a pena ver também. Conta com imagens o que vou contar agora). Aí vai a história então:
A música é dedicada ao avô do Joel, que lutou na Segunda Guerra Mundial, contra os nazistas. O velinho era tenente de um dos batalhões de resistência ao exército alemão em Arnhem, na Holanda. Em um destes embates, Pott foi ferido, e agonizou durante 20h, deitado na floresta, até que enfim cedeu à morte.
Triste, não? A letra, a melodia, a homenagem. Sabendo a história, combina muito com o que aconteceu. Mas calma. Ainda tem mais.
Você não se pergunta o porque desse vídeo? Um cara que tem uma banda que já lançou quatro discos de sucesso, reconhecido na Europa inteira, tocando em um violãozinho de corda de nylon, no meio de uma floresta. Sem apoio da banda, sem caixas, distorção, microfones, nada. Parece estranho.
Mas tem um motivo. E que motivo.
O lugar em que Joel está sentado é o exato local em que seu avô agonizou por quase um dia inteiro, e enfim faleceu.
Acho que a explicação dispensa comentários posteriores. Fica o sentimento do quão bom é ver uma homenagem dessas, e torcer para que um dia alguém faça algo parecido por nós.
Sequer consigo imaginar o quão importante o velho deve ter sido pro Joel.
E que não digam que não há amor nesse mundo!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
que lindo tomás,fiquei toda ARREPIADA,que bonita a homenagem,ambas.
ResponderExcluirPoxa Tez!
ResponderExcluirNão é que tu acabou escrevendo mesmo sobre Black Swan. Fico feliz e, não vou chorar mais pelo avô do Joel!
Espero que não jogues ninguém nas águas do quadrado para fazer uma homenagem depois hein ;p
Que tu escreve bem tu já sabes, só falta lançar "aquela série" de livros haha!
Bezo.